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“Um verdadeiro líder nunca dá as costas ao seu time!”Por: Marcelo Roberto de Lima

Para quem curte, ou prefere, assim como eu, comparar uma equipe esportiva a uma equipe empresarial, nestas últimas semanas, em tempos de Copa do Mundo, estamos tendo diversos exemplos que vão ao encontro e de encontro ao que consideramos ideal num perfil de líder. E quando cito líder, não falo somente da figura do técnico, mas todos que fazem parte desta equipe e que são respeitados e seguidos pelo restante do time, e tampouco falando da idade da pessoa que assume este papel de líder.

            Neste ínterim, no último jogo da seleção Brasileira, que culminou em na nossa eliminação, me chamou muito a atenção na postura de dois personagens, um deles de forma positiva e outra de forma negativa.

            Mas antes de tudo, quero chamar a atenção, que, a opinião que se segue é baseada no que este escritor possui de experiência e de valores, ou seja, o conjunto de valores e crenças são o que compõe esta opinião, e pode, e talvez possa, divergir de cada um que realizar a leitura deste texto.

Habilidades de um líder

            É sabido e muito difundido por estudiosos nos últimos anos, que uma pessoa necessita de algumas habilidades que o aproximam de ser um líder. Muitas dessas habilidades, se não todas, podem ser desenvolvidas ao longo da experiência profissional.

Uma comunicação eficaz, feita de forma clara e objetiva, olhando nos olhos das pessoas, passa confiança e credibilidade. Mas para ser líder requer muito além de ter apenas comunicação.

Ser líder se inicia de dentro para fora, o autoconhecimento, saber seus pontos fortes e fracos é o pontapé inicial para quem deseja influenciar uma ou mais pessoas. Investir tempo para se desenvolver nos pontos fracos e porque não nos pontos fortes, fazem com que este profissional inicie uma trajetória onde poderá entender melhor cada pessoa e seu perfil, e se adaptar para que ele consiga extrair de cada um o seu melhor, seja dentro ou fora de campo, ou, dentro ou fora da empresa.

Pois além de formador de profissionais, o líder deve ser um formador de gente, aliás, por este motivo, se ele deseja ser um líder e não gostar de pessoas, é melhor ele rever uma dessas duas pontas, ou seja, ou ele desiste de ser líder ou ele passa a gostar de pessoas, pois as pontas não devem ser opostas, elas devem andar de mãos dadas.

Como se autoconhecer?

Esta é uma tarefa difícil, mas não impossível!

Agora, veja, há muitas pedras no caminho, porém, erguer a cabeça, reconhecer cada ponto a melhorar, o prepara para realizar cada passo com consistência e principalmente com ajuda.

Se conhecer fará com que você tenha uma autoconsciência para gerir melhor as situações que costumeiramente as pessoas acabam agindo por impulso. Também ajuda a ter uma gestão da emoção muito mais acurada, e isso faz com que você mantenha uma automotivação e principalmente empatia e ajude no seu relacionamento interpessoal. Todos esses skills (habilidades), atualmente compilam um assunto chamado de Inteligência Emocional.

Então, se me permite uma sugestão, comece da forma com que você se sinta mais à vontade, isso já é um exercício de autoconhecimento. Quem sabe uma leitura de um bom livro, um filme que lhe ajude a “olhar para dentro” (sugiro UP: Altas Aventuras) ou por que não, uma terapia, onde muito mais importante que as respostas, são as perguntas. Pedir ajuda seja para evoluir, seja para tratar algum problema emocional, nunca será um sinal de fraqueza, muito pelo contrário, isso é um sinal de força e amor a vida.

Pessoas emocionalmente fortes, e que gostem de pessoas, fazem com se sejam reconhecidas como líderes, onde as pessoas não fazem as atividades, tarefas, trabalhos, chame como quiser, pelo outro, e sim por elas mesmas, por que acreditam no porquê aquilo está sendo feito.

Mas é claro, que o deixa “completo” são as habilidades que possui naquilo que está sendo proposto. Ter conhecimento técnico, saber o quê, e o como fazer, é muito importante para que os liderados o vejam como exemplo a ser seguido. E é claro, querer fazer, pois tudo isso dá, o que gosto de chamar de “entorno”, ou seja, ambiente para aquilo que se propõe, seja feito com excelência.

Sem forçar nada, sendo verdadeiro, ético e acima de tudo com valores, fazem com que o time o coloque cada dia após dia no papel de líder. No mundo em que vivemos hoje, e potencializado pela pandemia, ele deve estar cada vez mais ligado nas tecnologias consolidadas e principalmente nas emergentes, porque não se pode esquecer que há um papel muito importante que é a entrega do resultado à organização.

            Mas veja que eu, em todo momento foco na palavra líder, porém há muitas pessoas que são chefes. Isso é ruim? Absolutamente não, a ideia de que líder é bom e que chefe é ruim, é equivocada, pois temos muitos exemplos de líderes do mal. Adolf Hitler virou um líder, onde pelo pior motivo que se possa imaginar, teve milhares ou milhões de seguidos a sua causa.

Chefe é colocado lá por outorga.

Líder está lá por conquista.

O ideal é que todo chefe fosse um líder, mas nem sempre isso acontece.

Mas o que isso tem a ver com a Copa do Mundo e a eliminação do Brasil?

Sempre admirei o Tite como sendo uma pessoa integra e que consistente naquilo que falava e praticava, ou seja congruente, mas a cena dele, virando as costas, saindo do campo e deixando os seus jogadores sem seu líder, ou chefe, após o derradeiro pênalti, que selou a eliminação.

Outra cena foi Tite no jogo contra Camarões onde ao ser filmado não cantava o hino brasileiro, ao contrário que eu e meus filhos estávamos em pé, na posição de sentido e vestidos com a camisa da seleção em frente a TV cantando, me fez repensar esta admiração. A meu ver o exemplo que passava era de uma pessoa que esta ali colocado e outorgado pela cúpula da organização, e com isso estava isento de realizar alguns movimentos que seriam benéficos para que seus liderados (se posso falar assim).

 A imagem que o treinador passou é que as coisas estão bem na vitória e que nada mais importa quando a derrota bate a porta. Claro, que perder é um baque, mas o líder deve estar a frente assumindo a responsabilidade, que na entrevista pós jogo ele fez o contrário, dizendo que não assumiria a culpa e que esta seria de todos que ali estavam. E que não ficou no campo, porque nas vitórias ele também não o fez. Infelizmente isso somente corroborou meu desapontamento com a “liderança” dele, uma vez que isso não era verdade, pois em outros momentos de vitória ele esteve com o time comemorando.

Mas como disse no início, é uma opinião baseado nos meus valores, de repente, os valores deles podem ser outros, a ponto de ter uma conversa franca junto aos seus jogadores e equipe técnica dentro de quatro paredes. Por este motivo, outra pessoa pode ter outra opinião e ponto de vista que a minha, porém, eu no lugar dele teria feito como o Felipão, que apesar do 7 a 1, reuniu o time, e esteve ao lado de todos. Em 2014 critiquei muito o nosso capitão, Tiago Silva, que deveria ser um líder em campo, mas escolheu sentar-se de costas a seus companheiros e chorar na disputa de pênaltis contra o Chile, postura que, para mim é inaceitável.

 Em contrapartida, vi um adversário, sendo muito mais líder dentro e fora de campo que os dois que citei, Luka Modric, não só comemorou com sua equipe, mas também tentou levar sua experiência, carisma, influência e atitude ao time brasileiro, principalmente aos mais novos, que se abateram de forma mais visível. A postura dele, mostra como eu vejo e sigo uma pessoa, pois uma das virtudes que eu mais valorizo é a de líder servidor.

Claro que não posso deixar de citar, de forma honrosa, a postura do nosso maior craque desta Copa, que particularmente não concordo com algumas posturas, mas que é por muitas vezes bombardeado, mas que no momento de queda teve a hombridade de permanecer em campo, chorar, mas também abraçar os seus companheiros e dar a atenção ao filho de um dos jogadores da Croácia. Tem meu total respeito.

Por fim, podemos tirar muitos ensinamentos num ambiente que, aos olhos de muitos, pode não ter muito a ver com o ambiente corporativo, mas aprendizado vem tanto das experiências boas que vivem, e eu diria que principalmente das experiências dolorosas, tanto da sua vivência quanto ao levantar a cabeça e olhar ao seu redor.

Se fosse para eu lhe dar uma dica, eu diria, conheça-se!

Como você lidera, reflete sua empresa e você. Verifique se seus valores e os valores de sua organização estão refletidos em sua liderança. Ao fazer isso, você capacita seu time e celebra com seu maior patrimônio…. As pessoas!

Pense nisso!

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